Hoje, 24 de setembro, marca a data de abertura ao público do Gomeia Galpão Criativo, ideia que há sete anos vem se consolidando como um espaço de encontros potentes na Baixada envolvendo Criatividade e Cidade, Arte, Cultura e Direitos Humanos. E que começou suas atividades justamente quando um golpe levaria o país a eleger esses valores como inimigos da nação.
Muita gente achava uma loucura abrir um espaço com essa configuração, e esse tamanho, naquele momento de virada política conservadora. Fora o fato de que essa região em Caxias era considerada uma área “morta” da cidade, que ninguém frequentava – área dos “cracudos”, “é perigoso lá”, “na entrada da favela”, “ninguém vai ir em evento lá”, “cês são doido”…
Sete anos depois podemos dizer: é sofrido, é doído, é uma suadeira pra fechar as contas do mês, mas é uma alegria e uma honra ser um ponto de presença onde circulam tantas pessoas, grupos, coletivos, movimentos, companhias, artistas, militantes, pensadores, gente inquieta, gente amorosa.
Nessa caminhada é difícil listar tudo que já aconteceu por aqui nesses anos sem cometer injustiças de esquecimento. São muitas reuniões, cursos, oficinas, palestras, rodas de conversa, assembleias, vivências. Muitos shows, performances, muitas festas marcantes. Peças de teatro que marcaram a cena. Locação pra vários filmes. Uma campanha de solidariedade em plena pandemia que ajudou muita gente. Local ponto de apoio pro audiovisual da Baixada e com visão privilegiada pra assistir ao momento riquíssimo da cena do rap e do graffiti na região.
E nesse momento crucial pra o Brasil e o mundo, deixamos aqui uma mensagem de fé e luta; fé nos elos que unem quem veio antes e quem está chegando; e luta constante que é parte pulsante do DNA do povo brasileiro, tão bem representado por quem vive aqui na Baixada.
Um salve a todo mundo que ajudou/ajuda a construir esse espaço, ontem e hoje, principalmente, Terreiro de Ideias, Virtù Produções, Aguassu, Cineclube Mate Com Angu, Popular Arquitetura, Dunas Filmes, Memory Audiovisual, Grupo Unificar de Capoeira Angola, Movimenta Caxias, Voz da Baixada, Abacateiro Produções, Lurdinha.Org, Artivismo.BXD, Observatório Social da Baixada, Casa Fluminense, Cia. de Arte Popular, Instituto Maria e João Aleixo, APPH-Clio, Locoludo Companhia de Teatro.
E um salve especial à memória de Seu João, Tatá Londirá, Joãozinho da Gomeia, grande inspirador da arte do encontro e da alegria de viver.
PS: e se liguem que, além da programação regular, o ano ainda tem várias paradas extras maneiríssimas como a Exposição Portinari Para Todos, Festival do Mate Com Angu, oficina de audiovisual do ELAdaBF, Sarau Donana, Oficina de Graffiti com a Lu Brasil, reggae do Dida Nascimento, Projeta BXD, show da Ana Néri, vivência de maracatu com o Toques para Odudua, mais uma edição do Caldeirão Místico, ufa…